Nazareth no piano Sanzin que foi presenteado ao
compositor por admiradores paulistas. |
Coordenado por Alexandre Dias, Paulo Aragão e Bia Paes Leme, o projeto cataloga cerca de 2.500 gravações em todo mundo, desde 1902 até hoje. Dessas, 2.043 estão disponíveis para audição online (não sendo permitido, porém, o download) na seção discografia do site www.ernestonazareth150anos.com.br.
O acervo resgata desde as gravações em 78-RPM feitas, na primeira década de século XX, feitas pela lendária Casa Edison que contam com bandas militares e com alguns dos primeiros regionais de choro, passando por gravações com o próprio Nazareth, até a explosão em 1914 de sua música nos EUA e na França. Estão documentados também o período de transição na década de 1940 com influências americanas, os LPs antológicos da década de 1950 com Jacob do Bandolim, Radamés Gnattali e Carolina Cardoso de Menezes, e sua descoberta por Eudóxia de Barros em 1963 e por Arthur Moreira Lima em 1975, que levou o compositor definitivamente às salas de concerto. Mais recentemente, e já na era do CD, sua produção ganha arranjos para as mais variadas formações, incluindo aí conjuntos sinfônicos, e mostrando o alcance de sua obra, seduz músicos das mais diversas nacionalidades – japoneses, americanos, franceses, noruegueses, uruguaios, islandeses, canadenses, além de brasileiros.
Algumas curiosidades do compositor e "pianeiro" (como ele mesmo se chamava). Seu Batuque, tango característico, escrito em 1901 e publicado doze anos depois com modificações, é dedicado a Henrique Oswald. Ao ouvi-lo no Cinema Odeon, na década de 1910, Oswald chegou a afirmar: “É admirável esse moço. Que música ele faz! Eu mesmo seria incapaz de interpretá-la com aquela mestria, aquele prodígio de ritmo. E aqui, perdido nesta indiferença...”. Em 1908, no então Instituto Nacional de Música (INM), Nazareth tomou parte em um “concerto de violão e piano” organizado por Osório Duque Estrada, autor da letra do hino nacional. Um ano depois, no mesmo lugar, interpretou sua gavota Corbeille de fleurs, Batuque e ainda acompanhou Villa-Lobos, então com 22 anos, na peça Le cygne, de Saint-Saëns, para violoncelo e piano. Em 1922, a convite de Luciano Gallet (1893-1931), se apresentou no Salão Leopoldo Miguez executando Brejeiro, Nenê, Bambino e Turuna. A iniciativa encontrou muita resistência e, devido os protestos de um grupo de expectadores contra a inclusão de nome de Nazareth no programa, foi necessária a intervenção policial para garantir a realização do concerto.
Fonte: http://www.musica.ufrj.br
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